quarta-feira, 2 de abril de 2014

O argonauta e a Estrela

Por esses mares tenebrosos eu naveguei. Segui com minha tripulação diminuta: a viola, o cruzeiro, as três marias, e uma enorme vontade de ser feliz. Tudo junto e guardado, eu precisava zarpar e ver o que o mundo havia de me oferecer.
Conheci tanta gente que já se foi e não voltara mais: gente boa, gente sã, gente ruim, e até pagã.  Naveguei pelo obscuro, provei do amargo e senti dores que feriram a alma. Não podia ficar com fome, acabei comendo do pão que o diabo amassou.
Na calmaria da noite, um sorriso singelo vindo do céu dava sossego. Uma canção soava baixinho da viola que me acompanhava no convés, diante de uma imensidão solitária.
“Caminhando e cantando, e seguindo a canção”. Era esse o lema que entoava naquele instante, seguido de um visual lindo do sorriso que viera do céu para iluminar minha noite.

Descobri que estava apaixonado. Apaixonado por uma das marias, que do céu me acompanhava em minha longa jornada. E será que eu podia me apaixonar? A vida me responderia isso mais tarde.

O mar não era tranquilo o tempo todo, a noite não era pra sempre; com isso as estrelas não me acompanhavam sempre de perto. Afinal se escondiam atrás do astro rei que vinha nos castigar durante o dia. Aumentava ainda mais meu desejo  de tê-la comigo.

E nessa levada eu vou navegando como um argonauta, a espera do que a vida tem de melhor pra mim. Amando quem me ama, mesmo que seja de longe, pois onde há um brilho por você lá é o seu lugar. Seja no céu, na terra, ou no mar; o amor vai me guiar até onde a felicidade está. 

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