quarta-feira, 8 de julho de 2015

Erva Daninha



Um fazendeiro possuía Roseiral, que para ele era o que tinha de mais precioso na vida. Todos os dias regava, podava e cuidava de todas as rosas uma por uma.
Um dia em meios às rosas, começou a crescer outra planta que não sabia bem o que era.  Deixou que crescesse, pois achou que fariam bem para as elas, afinal teriam companhia.  Assim como cuidava das suas rosas o fazendeiro também passou a cuidar desta outra planta, conversava por horas e gastava a maior parte dos seus dias cuidando dela o que não lhe deixava tempo pra cuidar das suas rosas. 
Cada vez que os dias se passavam se sentia mais ligado a tal planta desconhecida. Achava que lhe fazia bem por ela ser única no mundo e porque fazia com que sentisse algo diferente do que qualquer coisa que já tinha sentido antes.
Muitos anos se passaram, e o fazendeiro deixou de cuidar das rosas para assim dedicar mais tempo ao que lhe era desconhecido. E com falta de cuidado suas rosas foram morrendo gradativamente.
A tal planta pelo contrário, como sempre foi cuidada começou a crescer e querer se expandir. Nunca foi de ser presa, sempre quis ganhar o mundo, ser livre, porém tinha ficado tanto tempo ali porque tinha se afeiçoado ao seu cuidador.  Por mais que se sentisse também ligada a ele se sentia aprisionada e viu que também o fazia mal.
O afeto que sentia pelo fazendeiro lhe fez perceber que se continuasse ali iria fazer mal para os dois e resolveu que partir.
Quando o fazendeiro acordou naquela manhã já não estava mais lá, tinha partido sem muita explicação. Ele sentiu que nada mais fazia sentido, estava perdido, afinal, por tantos anos foi sua única companhia.
Começou a sentir raiva, por ter dedicado tanto tempo a ela e lembrava-se das suas rosas que por falta de cuidados acabaram morrendo.
Caminhou pelo roseiral vazio e viu que uma Rosa tinha resistido. Apesar de tudo ela ainda estava lá.  Começou a regá-la e dedicar seu tempo e cuidado a ela e depois de um tempo já possui um roseiral ainda mais bonito que tinha antes.
O fazendeiro entendeu que por mais que os nossos caminhos sejam desviados e por mais que tenhamos esquecidos de quem somos nós sempre voltamos a nossa essência, e todos os desvios feitos nestes caminhos acarretam em experiências para que retornemos mais fortes.
Bruna Lucena

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